Verificando Isolamento de Motor com Multímetro




Se não se dispuser de um Megger (instrumento para medir isolamento, também conhecido como megômetro) a verificação poderá ser feita como na figura abaixo, onde se emprega um multímetro, ligado como micro ou miliampèrimetro, conectado em série com uma fonte que forneça tensão contínua compreendida entre 200 e 500 volts. A máquina deve ser desligada de qualquer outro circuito externo durante o ensaio.






O multímetro, no inicio da operação, deve ser posto nas escalas mais elevadas de corrente para evitar que as fugas muito intensas possam queimar o aparelho. Uma vez constado que a corrente de fuga é baixa, o multímetro pode ser ajustado para uma escala mais baixas de leitura, até que a corrente possa ser lida com suficiente precisão. Com o conhecimento da corrente de fuga e o valor da tensão aplicada ao circuito podemos calcular a resistência de isolamento pela aplicação da lei de Ohm.


 Suponhamos, por exemplo, que usamos uma fonte de 500 volts e que o instrumento indicou uma corrente de fuga de 250 microampères ou seja 0,000025 A. Neste caso a resistência medida foi de:


R = E/I


Onde: R é a resistência, E é a energia em volts e I é a corrente elétrica


R = 500/0,000025 = 2.000.000 Ohms = 2M ohms


Esta resistência de 2 M ohms é bastante alta e podemos considerar bom o isolamento da máquina. Se ela fosse baixa, digamos da ordem de 100K ohms, já não poderíamos dizer o mesmo, e neste caso a medição indicaria uma corrente de:


I = 500/100000 = 0,005 = 5 mA


Se o instrumento de medida estivesse numa escala de microampères, ao circular por ele essa corrente de 5 mA ele poderia queimar-se. Por isso já aconselhamos a colocar o instrumento, no inicio do teste, na mais alta escala de corrente que ele dispuser.


Uma vez verificado o isolamento dos bobinados, se ele for baixo é preciso determinar a razão da fuga de corrente. Para tanto, o primeiro procedimento é desmontagem do motor  para a verificação visual do estado  dos bobinados. Por isso, antes de mais nada é preciso fazer uma boa limpeza nos bobinados, retirando a poeira acumulada com um jato de ar comprimido bem seco ou com um aspirador de pó.


A verificação visual permitirá observar se é bom o estado do isolamento dos condutores. Se ele estiver ressecado, a perda do isolamento pode ser atribuída a excesso de aquecimento ou à penetração de umidade nos bobinados da máquina. Quando o isolamento atinge valores bem baixos, menores que 100.00 Ohms,todo o bobinado do motor deverá ser verificado. No caso do isolamento estar em torno de 1 megohm a máquina deve ser desmontada, os bobinados limpos e expostos à secagem para eliminar a umidade, o que poderá ser realizado numa estufa ou por radiações infravermelhas, especialmente em se tratando de máquinas de grande porte.


A resistência de isolamento com o motor quente nos dar a indicação se as fugas são devidas à absorção de umidade, isto porque, neste caso, a resistência de isolamento aumenta. Se, entretanto, ela permanecer igual ou menor que 100.000 Ohms é provável que o defeito seja provocado pela danificação ou quebra do material isolante, sendo aconselhável o rebobinamento da máquina.


Se o motor apresentar maior resistência de isolamento neste teste a quente, devemos envernizá-lo, quando esfriar, para evitar novas absorções de umidade. O verniz empregado deverá ser próprio para bobinados, com boas características isolantes.


Quando se tratar de máquinas de pequenas dimensões, é conviniente mergulhar o estator ou induzido (rotor), conforme o caso, no banho de imersão não deve ser muito curto, para permitir a saída de ar interior do bobinado. Após o banho, deve-se deixar que o verniz escorra e, então, introduz-se o elemento numa estufa, para secagem. Posteriormente deve-se eliminar o verniz das partes onde ele não é necessário.


Nota: Verifica também isolamento de transformadores.



"Opinião só não muda quem não tem."




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